quinta-feira, 26 de junho de 2014
A etapa final é a transferência da placa para uma estufa por um determinado tempo para que ocorra a sua ativação; o tempo e a temperatura dependem do adsorvente usado e da atividade desejada.
A sílica, por exemplo, é ativada a 105 -110 °C por 30 a 60 minutos. A espessura da camada de sílica a ser depositada é de 0,25 mm para placas analíticas e de 1,0 mm para placas preparativas.
cromatografia
Existem várias formas bastante simples de preparar a placa. Uma delas consiste em preparar a suspensão do adsorvente no solvente adequado (na maioria das vezes o dispersante utilizado é a água) e, mantendo-se a placa de vidro na posição horizontal transferir a suspensão para a superfície da placa, espalhando-se de maneira uniforme manualmente (com um bastão de vidro) ou com o auxílio de um espalhador. A dificuldade encontrada nesse processo é a obtenção de superfícies uniformes.
sábado, 7 de junho de 2014
ÓLEO ESSENCIAL DA CASCA DE OCOTEA CATHARINENSIS MEZ. (LAURACEAE)
INTRODUÇÃO
Ocotea catharinensis, Mez. uma
espécie arbórea da família Lauraceae, é conhecida popularmente como canela
preta ou canela amarela.
Considerando a
escassez de informações quanto aos componentes químicos dos óleos essenciais
das espécies nativas, bem como o seu potencial de aproveitamento em indústria
químico-farmacêutica, aromáticos, cosméticos, perfumaria e farmacologia, este
trabalho tem como objetivo estudar a composição do óleo essencial da casca de Ocotea catharinensis Mez ..
Os resultados obtidos poderão constituir em um auxílio à
quimiosistemática, que, por sua vez, poderá contribuir na classificação
das espécies botânicas através da caracterização química do óleo essencial.
MATERIAL E MÉTODOS
Material
A casca do lenho de Ocotea catharinensis Mez., Lauraceae,
popularmente conhecida como canela-preta, canela-amarela, canela-broto,
canela-pinho, canelabicho e canela-coqueira, foi coletada no Parque Estadual da
Cantareira (Pinheirinho - São Paulo, Capital), do Instituto Florestal. Exsicatas
do material botânico encontram-se depositadas no Herbário D. Bento Pickel da Seção de Madeira e Produtos Florestais, do
Instituto Florestal de São Paulo (SPSF), sob o nQ 5.550.
Métodos
Para proceder à
extração e à identificação dos componentes
do óleo essencial, as cascas foram transformadas em serragem utilizando
micromoinho de faca Willey de aço inoxidável.
Utilizou-se 100 9 da casca pulverizada para determinaro teorde óleo
volátil, no aparelho de CLEVENGER, modificada por WASICKY (1963).
Propriedades
organolépticas
Dentre as propriedades organolépticas, testou-se o sabor, odor e a cor.
Cromatografia
em camada delgada
Inicialmente, a amostra do óleo foi submetida à análise
cromatográfica em camada delgada (C.C.D.) nas seguintes condições:
a) Adsorvente:
sílica gel G - tamponada com uma solução aquosa de fluoresceina sódica a 0,05%
b) Espessura
da camada - 300 m.
c) Percurso
- 15 cm
d) Tempo de ativação da placa - 1 hora a
105 °C
e) Fase móvel: benzeno, benzeno/clorofórmio (1:1),
cubas, com supersaturação (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975)
f) Volume
depositado: arnosta: 1 toque, com capilar não estirado padrões: 3 toques, com
capilar estirado.
g) Concentração: amostra: 0,5% em clorofórmio
padrões:o.-pineno, limoneno, linalol, citronelol e geraniol a 0,5% em
clorofórmio.
h) Migração:
ascendente, simples, unidirecional.
i) Revelador:
aldeido anísico (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O principal componente do óleodacascade Ocotea
catharinensis Mez. foi o linalol (95,76%), conforme consta na TABELA
1. A ocorrência de linalol como principal constituinte é verificada dentro da
família Lauraceae, no lenho deAniba
rosaeodora var. amazonica Ducke
e nas folhas de Cryptocarya aschersoniana Mez. E Cryptocarya
moscata Nees et Mart. NAVES et alii (1963), detectaram em C. aschersoniana além do (+) linalol (74%),
mirceno (3%), 1,8-cineol (5%) e, em proporções iguais, de dois estereoisômeros
de óxido de linalol. Com exceção feita a mirceno, 1,8-cineol e o óxido de
linalol foram também detectados no óleo da casca de Ocotea
catharinensis Mez. só que, em proporções bem menores.
Quanto ao
rendimento do óleo, obteve-se 1,3 ml de óleo essencial em 100 9 da casca, correspondendo
1,34% (peso/volume). Em termos de rendimento quantitativo, pode ser considerado
bom, em comparação ao obtido por NAVES et alii (1963) nas folhas de C. aschersoniana (1,1 %) e A. duckei (0,1 a 0,9%) obtidos por
GOTTLlEB & MORS (1958).
No que se refere
às propriedades organolépticas, o óleo essencial apresentou cor amarela, odor
aromático persistente muito agradável e sabor levemente picante.
A cromatografia
em camada delgada não mostrou resultados satisfatórios, por tratar-se de uma
mistura complexa.
As manchas
eluídas e detectadas não apresentaram uma boa separação e resolução,
dificultando a identificação dos componentes.
Pela cromatografia em camada delgada foram detectadas 1 manchas,
conforme consta na TABELA 2, os valores de Rf da amostra e dos padrões.
CONCLUSÕES
Com base no trabalho realizado, verificou-se que o do Brasil óleo
essencial extraído da casca de Ocotea
catharinensis contém como principal componente o linalol, e que, pelo
seu componente e rendimento, é um óleo de interesse econômico e industrial
muito grande.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
PERÍCIAS SÃO FEITAS COM A TÉCNICA "CROMATOGRAFIA DE CAMADA DELGADA (CCD)"
DPT DE ITABUNA IDENTIFICA MACONHA E COCAÍNA
A Coordenadoria Regional de Polícia Técnica de Itabuna está produzindo laudos definitivos de maconha e cocaína. As perícias, que antes eram realizadas na sede em Salvador, já acontece no próprio município, descentralizando a demanda da capital.
Com a implantação da Cromatografia de Camada Delgada (CCD), método empregado na separação e identificação de substâncias diversas, tornou-se possível realizar o exame definitivo para identificar os princípios ativos de drogas de abuso conhecidas como maconha (THC–tetrahidrocanabinol), e cocaína (Benzoilmetilecgonina).
FONTE:
Postado por: RENATA BARBOSA RODRIGUES
Determinação de daidzeína, genisteína e gliciteína em cápsulas de isoflavonas por cromatografia em camada delgada (CCD)
Fonte :Revista Brasileira de Farmacognosia
Brazilian Journal of Pharmacognosy
17(4): 616-625, Out./Dez. 2007
Postado por: Suzany Mesquita.
terça-feira, 3 de junho de 2014
segunda-feira, 2 de junho de 2014
DETERMINAÇÃO DE FÁRMACOS DIURÉTICOS EM ASSOCIAÇÃO POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
Dênia Mendes de Sousa
Valladão
Departamento de Engenharia, Campus de
Sinop, Universidade do Estado do Mato Grosso, 78850-000 Sinop – MT, Brasil.
Massao Ionashiro e
José Zuanon Netto
Departamento de Química Analítica, Instituto de Química de
Araraquara, CP 355, 14801-970 Araraquara – SP, Brasil.
INTRODUÇÃO
Diuréticos são fármacos que aumentam a
eliminação de eletrólitos (especialmente sódio e íons cloreto) e água. Esses fármacos
são utilizados no tratamento de edemas resultantes de uma variedade de causas,
como por exemplo insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, doenças
crônicas do fígado, em associação à hipertensão, hipercalcemia, diabetes,
glaucoma etc.
A identificação e quantificação desses
compostos apresentam grande importância na indústria farmacêutica.
Existem muitos métodos cromatográficos
descritos para separação, detecção e medida quantitativa para agentes
diuréticos individuais, apenas para fluidos biológicos. Estes métodos incluem a
cromatografia gasosa, cromatografia gás-líquido7, cromatografia gasosa –
espectrometria de massa8 e cromatografia líquida de alta eficiência, sendo essa
a que apresenta maior interesse na determinação de preparações farmacêuticas.
Publicações envolvendo a cromatografia em camada delgada restringem-se a testes
qualitativos11.
Considerando a dificuldade de análise
de fármacos diuréticos em associação em preparações farmacêuticas e o alto
custo que envolve as análises, este trabalho objetivou estabelecer uma metodologia
simples, eficiente e de baixo custo para a quantificação de fármacos diuréticos
combinados, utilizando-se a cromatografia em camada delgada.
Condições
cromatográficas
Adsorvente
A fase estacionária utilizada foi a de
celulose microcristalina (Merck) preparada pela suspensão de 25 g para 90 mL de
água destilada. As placas foram preparadas com auxílio de um espalhador regulável
0-2 mm (Desaga), sobre placas de vidro 20 x 20 cm. Uma vez preparadas foram
secas ao ar por cerca de 2 h e então ativado em estufa regulada entre 105 e 110
0C por um período de 10 min.
Desenvolvimento
As cromatoplacas foram desenvolvidas
em cubas de vidro 22 x 22 x 10 cm, que continham as fases móveis adequadas ao
experimento, num percurso de 10 cm, em um desenvolvimento unidimensional ascendente
simples, em câmara saturada.
Fases móveis
As fases móveis foram escolhidas
baseadas na melhor separação dos fármacos11, onde: Fase Móvel 1: butanol: ácido acético glacial: água (4:1:1) v/v, utilizada para
a análise das amostras B, C e D. Fase Móvel 2: álcool amílico e
hidróxido de amônio 25%, (9:1) v/v, utilizada para a análise da amostra A.
Quantificação
A localização, realizada através da
luz UV, e retirada do fármaco isolado pela cromatografia foi a base para a
quantificação. Transferiu- se a parte da camada contendo o fármaco diretamente
para tubos de centrífuga com tampa, com capacidade para 15 mL, adicionadas de
10 mL de metanol e então centrifugados a 1000 rpm por 2 min. O líquido
sobrenadante foi transferido para cubeta de 1 cm e procedeu-se a leitura espectrofotométrica
em comprimento de onda de 271 nm para furosemida, 273 nm para
hidroclorotiazida, 238nm para a espironolactona e 286 nm para o cloridrato de amilorida,
que são os comprimentos de onda aonde a absorbância é maxima12. A Figura 1 mostra
o esquema utilizado para a quantificação dos fármacos.
Ainda foi realizada a determinação dos
fármacos padrão, nas mesmas concentrações das amostras, utilizando-se apenas a espectrofotometria
(UV) para efeito de comparação dos resultados com aqueles obtidos pelo método
proposto (cromatografiaespectrofotometria).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para definição do sistema cromatográfico,
o principal quesito foi o estabelecimento do adsorvente a ser utilizado, uma
vez que a recuperação dos fármacos para posterior quantificação era de
primordial importância. Optou-se pela celulose microcristalina, pois foi o
adsorvente que atendeu às exigências da metodologia proposta.
Figura 1. Esquema de quantificação dos fármacos
diuréticos em associação
Fonte: Quim.
Nova, Vol.
31, No. 1, 44-46, 2008
Postado por: Thamiris Montenegro
quarta-feira, 28 de maio de 2014
CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA PARA O DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO POR ALDICARB ("CHUMBINHO") EM CÃES E GATOS.
Praguicidas são os principais
responsáveis por intoxicações, tanto em seres humanos como em animais.
Investigações sugerem que o uso ilegal do praguicida carbamato aldicarb (‘chumbinho”),
tendo a finalidade de intoxicar cães e gatos, vem ocorrendo com frequência na
cidade de São Paulo, assim como em outras cidades que possuem grande numero de
animais de rua.
A cromatografia em camada delgada
foi capaz de identificar a presença desse praguicida em absolutamente todas as
amostras do conteúdo estomacal que foi colhido dos animais intoxicados por
aldicarb, mostrando que essa é uma técnica qualitativa muito eficiente e
adequada para esse tipo de caso, além de ser relativamente rápida, com baixo
custo e não sofrer interferência de componentes da matriz. Essa técnica foi
útil também na identificação desse agente em outros tipos de amostras, como
alimentos e iscas.
Referência:
XAVIER, F.G. et al .
Cromatografia em camada delgada para o diagnóstico da intoxicação por aldicarb
("chumbinho") em cães e gatos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo
Horizonte, v. 59, n. 5, Oct. 2007 .
Available from<http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010209352007000500020&lng=en&nrm=iso>.
access on 07 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0102-09352007000500020.
Fonte: http://toxicoforensenoite.blogspot.com.br/2011/04/cromatografia-em-camada-delgada-para-o.html
Postado por RENATA BARBOSA RODRIGUES
terça-feira, 27 de maio de 2014
ANÁLISE DE EXTRATOS DE PLANTAS POR CCD: UMA METODOLOGIA APLICADA À DISCIPLINA “QUÍMICA ORGÂNICA”
Mariana
H. Chaves
Universidade
Federal do Piauí - Departamento de Química - Ininga - 64049 - 550 - Teresina -
PI
Recebido em 31/10/96; aceito em 20/1/97
INTRODUÇÃO
O tópico “análise de misturas” é abordado normalmente, a
partir de uma mistura hipotética ou na prática a partir de uma mistura
artificial preparada com substâncias puras. O método geral comumente empregado
na análise consiste em separar os componentes e identificá-los posteriormente
utilizando reações de classe. Vale ressaltar que torna-se impossível apresentar
em um livro texto uma gama de processos que sejam aplicáveis sem modificação à
grande variedade de combinações de misturas que podem ser fornecidas. A falta
de mais livros textos e a dificuldade de aquisição dos existentes pelos alunos
levou ao desenvolvimento de uma metodologia para o estudo de análise de
misturas na disciplina Química Orgânica III. O programa desta disciplina no
currículo de Bacharelado e Licenciatura em Química da Universidade Federal do
Piauí inclui o estudo dos tópicos: análise de misturas, critérios de pureza e o
uso da espectrometria no UV, IV, RMN e massas na identificação de estruturas de
substâncias orgânicas. Neste curso o tópico “análise de misturas” foi abordado
utilizando-se como exemplo extratos de plantas regionais.
Inicialmente,
duas espécies vegetais de distribuição ampla no Estado do Piauí foram
escolhidas para estudo: Annona squamosa (ata) e Annona muricata (graviola),
ambas pertencentes à família Annonaceae e com estudos fitoquímicos já relatados
na literatura. Escolheu-se para análise espécies desta família em
função de serem ricas em metabólitos pertencentes aos vários grupos
fitoquímicos, pois o ojetivo, além da aplicação da extração líquido-líquido,
foi a obtenção de um perfil cromatográfico em camada delgada de sílica dos
diversos extratos visando a investigação de carboidratos, ácidos aminados,
alcalóides, flavonóides e terpenóides.
EXPERIMENTAL
Procedimentos Experimentais Gerais: As placas
cromatográficas foram preparadas utilizando camadas de 0,25 mm de uma mistura
(25 g) de 3:1 de sílica gel 60 (artigo 7731) e sílica PF254+366
(artigo 7748), ambas da Merck, suspensa em aproximadamente 50 mL de água. A
solução de sulfato cérico foi preparada a partir de 2,1 g de Ce(SO4)2.5H2O
dissolvido em 15 mL de H2SO4 concentrado e adicionado a
800 mL de água. O reagente Dragendorf foi preparado a partir de 0,85 g de
nitrato de bismuto Bi(NO3)3.4H2O dissolvido em
40 mL de H2O e 10 mL de ácido acético glacial, seguido por adição de
8 g de iodeto de potássio dissolvido em 20 mL de água. A solução de ninidrina
foi preparada a partir 30 mg de ninidrina (C9H6O4),
dissolvida em 10 mL de n-butanol, seguido por adição de 0,3 mL de ácido acético
glacial. A solução de anisaldeído foi preparada pela adição de 0,5 mL de
anisaldeído (C8H8O2) em 9 mL de etanol (95%),
0,5 mL de H2SO4 concentrado e 0,1 mL de ácido acético
glacial. As placas borrifadas com solução de sulfato cérico, ninidrina ou
anisaldeído foram aquecidas por 5-10 minutos.
Material
Vegetal: Folhas de ata (Annona squamosa) foram coletadas no bairro Monte
Castelo
Teresina-PI
e folhas de graviola (Annona muricata) no sítio Recreio, Br 316, Km 22,
Teresina-PI. As exsicatas destes espécimens encontram-se depositadas no
Herbário Graziela Barroso com os números 9482 e 9435 respectivamente e foram
identificadas pelos professores: Airan Silva Lopes e Francisco Maurício Teles
Freire.
Descrição
da Metodologia: Para execução da metodologia proposta, a turma foi dividida em
quatro equipes constituídas cada uma por no máximo três alunos. Duas equipes,
uma com folhas de graviola e a outra com folhas de ata seguiram o esquema 1 e
as outras duas o esquema 2.
As equipes que trabalharam
seguindo o esquema 1 tiveram como objetivo obter para as duas espécies, um
perfil cromatográfico do extrato etanólico e das frações decorrentes deste após
extração líquido-líquido, enquanto que o objetivo das equipes que procederam
segundo o esquema 2 foi a aplicação da extração com solventes quimicamente
ativos na obtenção de alcalóides, bem como a obtenção do perfil cromatográfico
das fases alcaloídicas e orgânicas neutras decorrentes desta extração.
Os extratos obtidos
mediante esquema 1 foram concentrados, pesados e analisados por cromatografia
em camada delgada comparativa de sílica utilizando os seguintes sistemas de
solventes: hexano/acetato de etila (8:2), clorofórmio/metanol/ hidróxido de
amônio (95:5:0,5) e clorofórmio/metanol/água (65:30:5). As placas foram reveladas com solução de sulfato cérico para
investigação de substância de natureza terpenoídica e flavonoídica e com
reagente Dragendorf para investigação de alcalóides. As fases butanólica e
aquosa foram ainda submetidas a cromatografia comparativa em placa de sílica
eluída com clorofórmio/metanol/água (5:4:1) e aquosa foram ainda submetidas a
cromatografia comparativa em placa de sílica eluída com
clorofórmio/metanol/água (5:4:1) e revelada com ninidrina para investigação de
ácidos aminados e, com n-butanol/ácido acético/éter etílico/água (9:6:3:1)
revelada com anisaldeído, para investigação de carboidratos.
Os
extratos obtidos mediante esquema 2 foram concentrados, pesados e analisados
por cromatografia em camada delgada comparativa de sílica. As placas realizadas
com o extrato bruto e fases alcaloídicas foram eluídas com
clorofórmio/metanol/hidróxido de amônio (95:5:0,5) e como reveladores foi usado
irradiação UV (254 e 356 nm) e reagente Dragendorf para investigação de
alcalóides. O extrato bruto e as fases orgânicas neutras (material graxo,
metanólica e acetato de etila) foram ainda submetidas a cromatografia
comparativa em placas de sílica eluídas com hexano/acetato de etila (8:2), e
clorofórmio/metanol/água (65:30:5) reveladas com solução de sulfato cérico para
investigação de substâncias de natureza terpenoídicas e flavonoídicas
respectivamente.
RESULTADOS
Os
resultados obtidos pelos alunos foram apresentados através de relatórios e
expostos na forma de painéis a fim de possibilitar maior discussão entre os grupos. As equipes que trabalharam
seguindo o esquema 1 observaram que o extrato bruto, fase metanólica e, em
intensidade menor, o material graxo apresentaram manchas rósea e azul em placa
eluída com hexano/acetato de etila (8:2) e revelada com solução de sulfato
cérico. Isto sugeriu a presença de substâncias de natureza terpenoídica. Ao
compararem os resultados da placa com estes extratos versus o padrão da mistura
dos esteróides distribuídos amplamente na natureza (estigmasterol e sitosterol)
utilizando o mesmo sistema de solventes constataram que estas substâncias estão
presentes na ata porém não na graviola. Observaram, também, que as fases
acetato de etila, butanólica e aquosa apresentaram manchas amarelas e cinzas em
placa eluída com clorofórmio/MeOH/água (65:30:5) e revelada com solução de
sulfato cérico. A cor cinza sugeriu a presença de açúcares e a amarela de
flavonóides. A presença de açúcares foi confirmada por eluição de placa destes
extratos em n-butanol/ácido acético/ éter etílico/água (9:6:3:1) e revelação
com solução de anisaldeído. Entre as cores observadas, a azul (Rf~0,47)
e verde (Rf~0,55) sugeriram a presença de ribose e ranminose
respectivamente. Observaram ainda que a fase aquosa e em extensão menor, a fase
butanólica apresentaram manchas púrpura e amarela em placa eluída com
clorofórmio/MeOH/água (5:4:1) e reveladas com solução de ninidrina. O
aparecimento destas cores é indicativo da presença de ácidos aminados, sendo
que a cor amarela deve ser relativa à prolina conforme padrão utilizado.
Finalmente observaram que as fases acetato de etila e butanólica apresentaram
manchas alaranjadas em placa eluída com clorofórmio/MeOH/NH4OH
(95:5:0,5) e revelada com reagente Dragendorf, sugerindo a presença de
alcalóides.
As equipes que trabalharam
seguindo o esquema 2 observaram que as fase alcaloídicas apresentaram manchas
alaranjadas em placas eluídas com clorofórmio/MeOH/NH4OH (95:5:0,5)
e reveladas com reagente Dragendorf confirmando a presença de alcalóides. Ao
utilizarem o padrão da liriodenina, um alcalóide oxoaporfínico distribuído
amplamente em plantas da família Annonaceae e facilmente identificado pela
coloração e fluorescência amarela intensa apresentada em
placas reveladas no visível e ultravioleta respectivamente, foi possivel
evidenciálo apenas na ata. Observaram também, que a fase orgânica neutra
(acetato de etila) apresentou manchas amarela e cinza quando eluída com
clorofórmio/MeOH/água (65:30:5) e reveladas com solução de sulfato cérico,
sugerindo a presença de flavonóides e carboidratos respectivamente.
Evidenciaram também a presença de substâncias de natureza terpenoídicas quando
as placas realizadas com as fases orgânicas neutras (material graxo e fase
metanólica) foram eluídas com hexano/acetato de etila (8:2) e reveladas com
solução de sulfato cérico. Confirmaram inclusive os resultados observados pelas
equipes que trabalharam seguindo o esquema 1 no que se referiu à presença da
mistura de estigmasterol e sitosterol somente na ata. Estes resultados estão
consistentes com os dados relatados na literatura relativos à fitoquímica de
Annonaceae.
CONCLUSÃO
A metodologia desenvolvida mostrou-se bastante eficiente, uma vez que
possibilitou ao aluno adquirir familiaridade com as técnicas de extração
líquido-líquido com solventes reativos e não reativos e com a cromatografia em
camada delgada. Além disso, forneceu informações sobre a polaridade das
substâncias existentes nos diversos extratos, bem como sobre a constituição
química da planta. Finalmente, a metodologia desenvolvida, além de incentivar
os alunos para iniciação científica, forneceu uma boa base para aqueles que
pretendem trabalhar na área de produtos naturais.
Fonte: QUÍMICA
NOVA, 20(5) (1997)
Postado por: Thamiris montenegro
segunda-feira, 26 de maio de 2014
ÓLEO ESSENCIAL DE LIMÃO NO ENSINO DA CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA
Rosaly S. Silva, Carlos
Magno R. Ribeiro, Márcia N. Borges e Giselle S. O. Blois
INTRODUÇÃO
A cromatografia em camada delgada (CCD) é um tema importante
abordado nos cursos de graduação em química e áreas afins, principalmente no
ensino de química orgânica experimental. É uma técnica simples e de execução
relativamente rápida.
Devido à composição química do óleo essencial obtido de cascas de
limão, que consiste principalmente de monoterpenoides, com uma
razoável diversidade de grupos funcionais, é possível, em apenas uma aula
experimental, abordar a cromatografia em camada delgada sob diferentes aspectos, tais como poder de
eluição e poder de resolução de solventes, reveladores versus estrutura química
e fator de retenção versus estrutura química.
A experiência consiste na cromatografia em camada delgada do óleo
essencial de limão, em dois sistemas diferentes de eluição e na visualização do
cromatograma em cinco sistemas diferentes de revelação. O óleo essencial de
limão pode ser obtido rapidamente através da compressão manual de cascas de
limão no início da aula experimental, ou por meio da destilação por arraste a
vapor de cascas de limão seguidas por extração líquido-líquido, realizadas em
uma ou duas aulas anteriores sobre estas técnicas.
PARTE
EXPERIMENTAL
Procedimentos gerais
Foram
utilizados limões taiti, solventes PA Vetec foram utilizados e usados
diretamente dos frascos. Foram utilizadas cromatofolhas F254, Lâmpada de UV,
munida com luz ultravioleta de comprimentos de ondas longo e curto, foi
utilizada como revelador, colocando-se as placas cromatográficas sob a
incidência de sua luz em caixas escuras adequadas. Soluções de vanilina
sulfúrica12 e de 2,4-dinitrofenil-hidrazina (DNFH), preparadas
através de metodologia usual, foram utilizadas como reveladores. A aplicação
das soluções reveladoras nas placas cromatográficas foi realizada com o uso de
pipeta Pasteur, que foi passada horizontalmente ao longo de cada placa. A
revelação com iodo foi efetuada colocando-se as placas em cubas de vidro
devidamente fechadas contendo cristais de iodo. Na aplicação em aula, sugere-se
que os procedimentos descritos sejam realizados por equipe de dois alunos e que
as soluções reveladoras sejam preparadas antes da aula de CCD.
Extração de óleo por
ação mecânica
Dois limões são
descascados cuidadosamente de modo a não permitir a presença de bagaço e suco.
As cascas dos limões são manualmente espremidas pela parte externa, obtendo-se
algumas gotas de um óleo que são coletadas em um tudo de ensaio de 10 mL de
capacidade munido com um funil simples de 5 cm de diâmetro. Em seguida, o funil
é lavado com 2 mL de diclorometano para o interior do tubo de ensaio (podendo
ser utilizado acetato de etila como alternativa), obtendo-se assim o extrato
pronto para ser aplicado nas placas cromatográficas.
Extração de óleo por
arraste a vapor
O procedimento de extração
descrito a seguir é alternativo e deve ser utilizado no caso de se optar pela
articulação do ensino de outras técnicas com a CCD, e poderá ser realizado em
uma ou duas aulas anteriores, onde deverão ser abordadas as teorias do arraste
a vapor e da extração líquido-líquido.
Dois limões são descascados de
modo a não permitir a presença de bagaço e suco nas cascas. Em um balão de 250
mL são colocadas as cascas dos limões e água é adicionada até o volume final
aproximado de 125 mL. Através de uma aparelhagem de destilação simples, adaptada
com funil de adição com água, efetua-se o arraste a vapor como codestilação.
Destila-se até obter um volume total de aproximadamente 300 mL de destilado.
Para cada 100 mL de destilado, realiza-se extração com 15 mL de diclorometano,
por cinco vezes (podendo ser utilizado acetato de etila como alternativa). As
fases orgânicas são juntadas e, após secagem com sulfato de magnésio anidro e
filtração, a solução final é concentrada em um evaporador rotativo, obtendo-se
cerca de 1 mL de óleo, ao qual são adicionados 5 mL de diclorometano,
obtendo-se assim o extrato pronto para ser aplicado nas placas cromatográficas.
O óleo deve ser guardado sob-refrigeração.
Separação
cromatográfica
As
placas cromatográficas são preparadas cortando-se cuidadosamente, com tesoura,
tiras de cromatofolha de 2 x 10 cm. Com o uso de um tubo capilar, uma gota do
extrato é aplicada na parte inferior central de cada placa, a aproximadamente
0,5 cm da borda inferior. Após evaporação do solvente, as placas são submetidas
à eluição em uma cuba cromatográfica com hexano. O procedimento é repetido
usando-se diclorometano como eluente. Após a eluição, as placas são observadas
sob luz ultravioleta de comprimentos de onda longo e curto e, em seguida, são
submetidas à exposição a vapores de iodo. As placas são retiradas da câmara de
iodo e assim que as manchas obtidas desaparecem das placas (reversão do
complexo com iodo), elas são submetidas à revelação com solução de vanilina
sulfúrica ou com solução de 2,4-DNFH. Em cada fase os fatores de retenção, Rfs,
das manchas observadas são medidos.
RESULTADOS
E DISCUSSÃO
Separação
cromatográfica
Os resultados da cromatografia do
óleo das cascas de limão obtido por arraste a vapor, após revelação com os
reveladores especificados, encontram-se na Tabela 1. A cromatografia do óleo
obtido diretamente por ação mecânica fornece resultados semelhantes.
CONCLUSÕES
Neste trabalho foi possível
demonstrar que uma experiência simples, empregando um alimento de uso
cotidiano, o limão, uma fruta bem conhecida, pode ser usada com bons
resultados no ensino da cromatografia em camada delgada (CCD). O uso de dois
eluentes e cinco sistemas de revelação diferentes possibilitou a separação dos
constituintes do óleo de limão em diversas frações, de acordo com as
características estruturais das substâncias presentes. Com esta experiência, os
alunos de uma turma da UFF foram apresentados, ao mesmo tempo e de forma
articulada, aos princípios da CCD, tendo sido observado que o aprendizado pelos
alunos foi mais rápido e consistente do que anteriormente verificado com outras
experiências. O ensino de CCD, como descrito na aula proposta, também pode ser
combinado com o ensino de outras técnicas, tais como destilação por arraste a
vapor e extração líquido-líquido.
Fonte: Quim. Nova, Vol. 32, No. 8, 2234-2237, 2009
Postado por: Thamiris Montenegro
quarta-feira, 21 de maio de 2014
EXTRAÇÃO E ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DE PIGMENTOS DE PIMENTÕES
Experimento cadastrado por Débora Martins em 10/06/2013
Classificação • • • • •
Introdução
O experimento mostra o processo utilizado para
extrair pigmentos de pimentões de diferentes cores, com posterior separação dos
pigmentos através da técnica de cromatográfica em camada delgada – CCD.O
processo de separação por CCD está fundamentado na diferença de velocidade com
que uma substância química migra através de um material adsorvente (fase
estacionária) quando arrastada por um solvente ou uma mistura de solventes
(fase móvel). O experimento pode ser utilizado para discutir conceitos tais
como polaridade e interações intermoleculares.
1 Extração e análise
cromatográfica de pigmentos de pimentões
Passo 1
Pesagem do material
Picar os pimentões (verde, vermelho e amarelo) em
pequenos pedaços e pesar cerca de 30g de cada um.
Passo 2
Maceração dos pimentões
Colocar os pedaços, separadamente, em béqueres e
adicionar 10 mL de acetona e 50 mL de hexano. Transferir as misturas para gral
de porcelana e macerar os pedaços com auxilio de um pistilo. Após macerar
deixar em repouso por 1 hora.
.
Passo 3
Filtragem
Filtrar a mistura em funil simples com papel de filtro.
Passo 4
Separação da fase aquosa
Colocar o filtrado em funil de separação para separar as fases aquosas.
Passo 5
Adição de sulfato de sódio
anidro e filtração
Adicionar a fase orgânica sulfato de sódio anidro e Filtrar a mistura
utilizando funil simples.
Passo 6
Reduzir o volume da fase
orgânica
Aquecer a fase orgânica em banho-maria, mantido sob
agitação, até reduzir o volume da solução para 1 mL.
Passo 7
Processo de aplicação
Aplicar as amostras, utilizando capilar de vidro,
em uma das extremidades de uma placa de vidro revestida com uma camada fina de
sílica.
Passo 8
Processo de eluição
Preparar a cuba cromatográfica, recipiente
cilíndrico com tampa, para o processo de eluição, para isso adicione uma
mistura de hexano com 20% de acetona e deixe por alguns minutos para que a
atmosfera interna da cuba sature com vapores da fase móvel.
Coloque a cromatoplaca no interior da cuba e retire
quando a mistura de solventes estiver a cerca de 1 cm da extremidade oposta a
aplicação das amostras.
Passo 9
Uso do revelador
Após a eluição a cromatoplaca foi colocada em um recipiente contendo
cristais de iodo resultando em manchas marrons.
Passo 10
O que acontece
O processo de extração dos pigmentos dos pimentões
utilizando uma mistura de hexano e acetona promove a extração de substâncias
químicas através da formação de interações favoráveis entre essas substâncias e
a mistura de solventes orgânicos formando o que chamamos de extrato.
Os extratos foram analisados utilizando a técnica
de cromatografia em camada delgada. Para isso as amostras, a serem analisadas,
foram aplicadas em uma das extremidades de uma placa de vidro revestida com uma
camada fina de um material adsorvente altamente poroso de caráter polar, a
sílica, que constitui a fase estacionária. A cromatoplaca foi eluida utilizando
como fase móvel uma mistura de hexano e acetona.
O processo de separação está relacionado à maneira
diferenciada com que as substâncias, que compõe a amostra, estabelecem
interações favoráveis seja com a fase móvel ou com a fase estacionária. As substâncias
mais polares tentem a estabelecer interações mais favoráveis com a sílica que é
mais polar que os solventes orgânicos por esse motivo elas deslocam menos sobre
a cromatoplaca e permanecem mais retidas, ou seja, mais próximas ao ponto de aplicação
da amostra.
Já as substâncias menos polares fazem interações
mais favoráveis com a mistura de solventes orgânicos, por isso percorrem maiores
distâncias na cromatoplaca.
Após a eluição nem sempre observamos a presença de
manchas na placa. Quando as substâncias são coloridas fica mais fácil observar
a separação, porém algumas podem estar em baixas concentrações, serem incolores
ou invisíveis à luz branca o que dificulta sua visualização. Para tornar essas
substâncias visíveis utilizamos um revelador especifico.
Em nosso experimento colocamos a cromatoplaca
exposta a vapores de iodo em um recipiente fechado resultando em manchas
marrons. Isso corre porque o iodo se uniu fisicamente às substâncias, complexando
com compostos insaturados presentes na cromatoplaca.
Referências bibliográficas:
RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. Análise de pigmentos de pimentões por
cromatografia em papel. Química Nova na Escola. n.
29, p. 34-37. 2008.
COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de
cromatografia, Campinas, Editora da Unicampi, 2006.
DEGANI, A. L. G.; CASS, Q. B.; VIEIRA, P. C. Cromatografia um breve
ensaio. Química Nova na Escola. n. 7, p. 21-25, 1998.
Postado por: RENATA BARBOSA
RODRIGUES DE SOUSA
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Determinação de daidzeína, genisteína e gliciteína em cápsulas de isoflavonas por cromatografi a em camada delgada (CCD).
Isabela da Costa
César, Fernão Castro Braga, Cristina Duarte Vianna-Soares, Elzíria de Aguiar
Nunan, Thiago Assis Franco Barbosa, Ligia Maria Moreira-Campos
Introdução
A
cromatografi a em camada delgada (CCD) em sílica gel é uma das técnicas mais
utilizadas para a separação e identifi cação de produtos naturais (Moffat, 1986;
Julião et al., 2003; Valente et al., 2006), sendo amplamente empregada para o
controle de qualidade analítico de matérias-primas vegetais e fi toterápicos
(Budel et al., 2004; Sousa et al., 2007). Embora sejam descritos, na
literatura, alguns métodos por CCD para análise de isofl avonas (Mabry et al.,
1970; Harbone et al., 1975; Wagner; Blat, 1996), não foram encontradas
condições detalhadas para a obtenção de perfi s cromatográfi cos visando a
identifi cação de glicosídeos e agliconas de isofl avonas, em matérias-primas
vegetais (extratos de isofl avonas) ou produtos acabados.
No presente
trabalho são apresentadas condições de separação por CCD para identificar glicosídeos
e agliconas de isoflavonas, permitindo monitorar o processo de hidrólise de
extratos secos de soja.
Condições cromatográficas para análise
por CCD
As análises por CCD foram realizadas em
cromatofolhas de alumínio TLC de sílica gel 60 F254 (Merck, Darmstadt,
Alemanha). Aplicaram-se nas placas alíquotas de 10μL de solução etanólica contendo 0,5 mg/mL de cada um
dos padrões (genisteína, daidzeína e gliciteína), e 10μL de solução metanólica de cada amostra de extrato seco
de isoflavonas (MP1, MP2 e MP3) a 5 mg/mL,
antes e após hidrólise ácida. Foram
desenvolvidos dois sistemas eluentes. O sistema A, constituído de mistura de acetato de etila e
clorofórmio (70:30), foi utilizado para a separação das agliconas. O sistema B,
utilizado para a separação dos glicosídeos, era constituído de uma mistura de
acetato de etila, metanol e água (75:13, 75:11,25). Os cromatogramas foram
desenvolvidos em cubas saturadas. A visualização das manchas correspondentes
aos glicosídeos e agliconas foi feita com auxílio de luz ultavioleta, a 254 nm,
em câmara ultravioleta Spectroline CM-10. O Rf correspondente a cada isoflavona
foi calculado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente,
foram obtidos vários perfis cromatográficos por CCD em sílica gel, empregando
condições descritas na literatura para isoflavonas (Mabry et al., 1970; Harbone
et al., 1975; Wagner; Blat, 1996). A grande diferença de polaridade entre
glicosídeos e agliconas dificultou a obtenção de uma condição cromatográfica
única para separação de todas as formas de isoflavonas presentes em extratos
secos de soja. Dessa forma, foram propostos e otimizados dois sistemas eluentes
distintos, sendo um para separação e identifi cação de agliconas e outro para os
glicosídeos. A Figura 2 apresenta, de
forma esquemática, os perfi s cromatográfi cos obtidos por CCD nos dois sistemas
eluentes empregados (A e B) e os valores de Rf para os padrões das isoflavonas e
para as três amostras de extratos secos, antes e após hidrólise. No perfil
cromatográfico (Figura 2-A) obtido com o eluente acetato de etila e clorofórmio
(70:30), para a separação das agliconas, os glicosídeos das isoflavonas não
foram eluídos, devido à baixa polaridade do sistema empregado. Já com o eluente
acetato de etila, metanol e água (75:13, 75:11,25), figura 2-B, houve eluição
dos glicosídeos, mostrando dois componentes, com valores de Rf iguais a 0,45 e
0,51, que provavelmente referem-se aos glicosídeos da daidzeína (daidzina) e da
genisteína (genistina), tendo em vista as agliconas que são formadas após hidrólise. De acordo com os perfis cromatográficos obtidos
e correspondência com os valores de Rf dos padrões, verifica-se que a amostra
MP1 apresenta manchas correspondentes a genisteína e daidzeína com maiores
intensidades, bem como aos glicosídeos dessas duas isoflavonas. A amostra MP2 se
mostrou rica em daidzeína e daidzina, não apresentando outras isoflavonas em
quantidades suficientes para detecção por CCD. Antes da hidrólise, MP3
apresentava apenas a aglicona daidzeína, porém na amostra hidrolisada foi
possível identificar também gliciteína, indicando que essa isoflavona encontra-se
na forma de glicosídeo na amostra não hidrolisada, que ou não foi separada pelo
sistema solvente, ou não foi detectada.
CONCLUSÃO
As
condições estabelecidas para análise por CCD mostraram-se adequadas para a
identificação de isoflavonas no extrato seco de soja e para avaliar a eficiência
da hidrólise, pelo desaparecimento, nas placas, das manchas referentes aos
glicosídeos.
Fonte: Revista Brasileira de Farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy 17(4): 616-625, Out./Dez. 2007
Postado por Thamiris Montenegro
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