INTRODUÇÃO
Ocotea catharinensis, Mez. uma
espécie arbórea da família Lauraceae, é conhecida popularmente como canela
preta ou canela amarela.
Considerando a
escassez de informações quanto aos componentes químicos dos óleos essenciais
das espécies nativas, bem como o seu potencial de aproveitamento em indústria
químico-farmacêutica, aromáticos, cosméticos, perfumaria e farmacologia, este
trabalho tem como objetivo estudar a composição do óleo essencial da casca de Ocotea catharinensis Mez ..
Os resultados obtidos poderão constituir em um auxílio à
quimiosistemática, que, por sua vez, poderá contribuir na classificação
das espécies botânicas através da caracterização química do óleo essencial.
MATERIAL E MÉTODOS
Material
A casca do lenho de Ocotea catharinensis Mez., Lauraceae,
popularmente conhecida como canela-preta, canela-amarela, canela-broto,
canela-pinho, canelabicho e canela-coqueira, foi coletada no Parque Estadual da
Cantareira (Pinheirinho - São Paulo, Capital), do Instituto Florestal. Exsicatas
do material botânico encontram-se depositadas no Herbário D. Bento Pickel da Seção de Madeira e Produtos Florestais, do
Instituto Florestal de São Paulo (SPSF), sob o nQ 5.550.
Métodos
Para proceder à
extração e à identificação dos componentes
do óleo essencial, as cascas foram transformadas em serragem utilizando
micromoinho de faca Willey de aço inoxidável.
Utilizou-se 100 9 da casca pulverizada para determinaro teorde óleo
volátil, no aparelho de CLEVENGER, modificada por WASICKY (1963).
Propriedades
organolépticas
Dentre as propriedades organolépticas, testou-se o sabor, odor e a cor.
Cromatografia
em camada delgada
Inicialmente, a amostra do óleo foi submetida à análise
cromatográfica em camada delgada (C.C.D.) nas seguintes condições:
a) Adsorvente:
sílica gel G - tamponada com uma solução aquosa de fluoresceina sódica a 0,05%
b) Espessura
da camada - 300 m.
c) Percurso
- 15 cm
d) Tempo de ativação da placa - 1 hora a
105 °C
e) Fase móvel: benzeno, benzeno/clorofórmio (1:1),
cubas, com supersaturação (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975)
f) Volume
depositado: arnosta: 1 toque, com capilar não estirado padrões: 3 toques, com
capilar estirado.
g) Concentração: amostra: 0,5% em clorofórmio
padrões:o.-pineno, limoneno, linalol, citronelol e geraniol a 0,5% em
clorofórmio.
h) Migração:
ascendente, simples, unidirecional.
i) Revelador:
aldeido anísico (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O principal componente do óleodacascade Ocotea
catharinensis Mez. foi o linalol (95,76%), conforme consta na TABELA
1. A ocorrência de linalol como principal constituinte é verificada dentro da
família Lauraceae, no lenho deAniba
rosaeodora var. amazonica Ducke
e nas folhas de Cryptocarya aschersoniana Mez. E Cryptocarya
moscata Nees et Mart. NAVES et alii (1963), detectaram em C. aschersoniana além do (+) linalol (74%),
mirceno (3%), 1,8-cineol (5%) e, em proporções iguais, de dois estereoisômeros
de óxido de linalol. Com exceção feita a mirceno, 1,8-cineol e o óxido de
linalol foram também detectados no óleo da casca de Ocotea
catharinensis Mez. só que, em proporções bem menores.
Quanto ao
rendimento do óleo, obteve-se 1,3 ml de óleo essencial em 100 9 da casca, correspondendo
1,34% (peso/volume). Em termos de rendimento quantitativo, pode ser considerado
bom, em comparação ao obtido por NAVES et alii (1963) nas folhas de C. aschersoniana (1,1 %) e A. duckei (0,1 a 0,9%) obtidos por
GOTTLlEB & MORS (1958).
No que se refere
às propriedades organolépticas, o óleo essencial apresentou cor amarela, odor
aromático persistente muito agradável e sabor levemente picante.
A cromatografia
em camada delgada não mostrou resultados satisfatórios, por tratar-se de uma
mistura complexa.
As manchas
eluídas e detectadas não apresentaram uma boa separação e resolução,
dificultando a identificação dos componentes.
Pela cromatografia em camada delgada foram detectadas 1 manchas,
conforme consta na TABELA 2, os valores de Rf da amostra e dos padrões.
CONCLUSÕES
Com base no trabalho realizado, verificou-se que o do Brasil óleo
essencial extraído da casca de Ocotea
catharinensis contém como principal componente o linalol, e que, pelo
seu componente e rendimento, é um óleo de interesse econômico e industrial
muito grande.
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