sábado, 7 de junho de 2014

ÓLEO ESSENCIAL DA CASCA DE OCOTEA CATHARINENSIS MEZ. (LAURACEAE)

INTRODUÇÃO
  Ocotea catharinensis, Mez. uma espécie arbórea da família Lauraceae, é conhecida popularmente como canela preta ou canela amarela.
Considerando a escassez de informações quanto aos componentes químicos dos óleos essenciais das espécies nativas, bem como o seu potencial de aproveitamento em indústria químico-farmacêutica, aromáticos, cosméticos, perfumaria e farmacologia, este trabalho tem como objetivo estudar a composição do óleo essencial da casca de Ocotea catharinensis Mez ..
Os resultados obtidos poderão constituir em um auxílio à quimiosistemática, que, por sua vez, poderá contribuir na classificação das espécies botânicas através da caracterização química do óleo essencial.

MATERIAL E MÉTODOS

Material

A casca do lenho de Ocotea catharinensis Mez., Lauraceae, popularmente conhecida como canela-preta, canela-amarela, canela-broto, canela-pinho, canelabicho e canela-coqueira, foi coletada no Parque Estadual da Cantareira (Pinheirinho - São Paulo, Capital), do Instituto Florestal. Exsicatas do material  botânico encontram-se depositadas no Herbário D. Bento Pickel da Seção de Madeira e Produtos Florestais, do Instituto Florestal de São Paulo (SPSF), sob o nQ 5.550.

Métodos

Para proceder à extração e à identificação dos componentes do óleo essencial, as cascas foram transformadas em serragem utilizando micromoinho de faca Willey de aço inoxidável.
Utilizou-se 100 9 da casca pulverizada para determinaro teorde óleo volátil, no aparelho de CLEVENGER, modificada por WASICKY (1963).

Propriedades organolépticas

Dentre as propriedades organolépticas, testou-se o sabor, odor e a cor.

Cromatografia em camada delgada

Inicialmente, a amostra do óleo foi submetida à análise cromatográfica em camada delgada (C.C.D.) nas seguintes condições:
a)   Adsorvente: sílica gel G - tamponada com uma solução aquosa de fluoresceina sódica a 0,05%
b)   Espessura da camada - 300 m.
c)   Percurso - 15 cm
d)   Tempo de ativação da placa - 1 hora a 105 °C
e) Fase móvel: benzeno, benzeno/clorofórmio (1:1), cubas, com supersaturação (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975)
f)    Volume depositado: arnosta: 1 toque, com capilar não estirado padrões: 3 toques, com capilar estirado.
g) Concentração: amostra: 0,5% em clorofórmio padrões:o.-pineno, limoneno, linalol, citronelol e geraniol a 0,5% em clorofórmio.
h)   Migração: ascendente, simples, unidirecional.
i)    Revelador: aldeido anísico (RANDERATH, 1974 e DOMINGUEZ, 1975).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O principal componente do óleodacascade Ocotea catharinensis Mez. foi o linalol (95,76%), conforme consta na TABELA 1. A ocorrência de linalol como principal constituinte é verificada dentro da família Lauraceae, no lenho deAniba rosaeodora var. amazonica Ducke e nas folhas de Cryptocarya aschersoniana Mez. E  Cryptocarya moscata Nees et Mart. NAVES et alii (1963), detectaram em C. aschersoniana além do (+) linalol (74%), mirceno (3%), 1,8-cineol (5%) e, em proporções iguais, de dois estereoisômeros de óxido de linalol. Com exceção feita a mirceno, 1,8-cineol e o óxido de linalol foram também detectados no óleo da casca de Ocotea catharinensis Mez. só que, em proporções bem menores.
Quanto ao rendimento do óleo, obteve-se 1,3 ml de óleo essencial em 100 9 da casca, correspondendo 1,34% (peso/volume). Em termos de rendimento quantitativo, pode ser considerado bom, em comparação ao obtido por NAVES et alii (1963) nas folhas de C. aschersoniana (1,1 %) e A. duckei (0,1 a 0,9%) obtidos por GOTTLlEB & MORS (1958).
No que se refere às propriedades organolépticas, o óleo essencial apresentou cor amarela, odor aromático persistente muito agradável e sabor levemente picante.
A cromatografia em camada delgada não mostrou resultados satisfatórios, por tratar-se de uma mistura complexa.
As manchas eluídas e detectadas não apresentaram uma boa separação e resolução, dificultando a identificação dos componentes.
Pela cromatografia em camada delgada foram detectadas 1 manchas, conforme consta na TABELA 2, os valores de Rf da amostra e dos padrões.


CONCLUSÕES
Com base no trabalho realizado, verificou-se que o do Brasil óleo essencial extraído da casca de Ocotea catharinensis contém como principal componente o linalol, e que, pelo seu componente e rendimento, é um óleo de interesse econômico e industrial muito grande.

 Fonte: Anais - 2º Congresso Nacional sobre Essências Nativas - 29/3/92-3/4/92
Postado por: Thamiris Montenegro






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