Há relatos de anfetaminas sintéticas e sibutramina, não mencionadas em
rotulagem, na composição de fórmulas fitoterápicas laxantes atuando como
adulterantes. Como tais medicamentos são substâncias controladas pela
ANVISA com sérias restrições ao uso e aindanão se sabe como interagem
com medicamentos fitoterápicos, faz-se necessário identificar tais
adulterações. O objetivo deste trabalho foi demonstrar como a
cromatografia em camada delgada comparativa (CCD) pode ser um método
viável de triagem para a HPLC (Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência) na detecção de adulterantes, por se tratar de um método
simples, rápido e com menor custo se comparado a HPLC. Foram utilizados
sete medicamentos para efeito comparativo: Quatro medicamentos
fitoterápicos laxantes amplamente usados (Cáscara sagrada e Senne),
sendo duas destas amostras obtidas com certificado de pureza (Uma de
Cáscara sagrada e outra de senne) e duas obtidas vias comércio
eletrônico (Uma de cada fitoterápico); as outras três amostras restantes
se referem às anfetaminas (Cloridrato de Anfepramona e Cloridrato de
Femproporex) e ao Cloridrato de sibutramina. As substâncias foram
solubilizadas em etanol para se tornarem amostras passíveis de
transferência com auxílio de capilares (cinco microlitros de cada). Tal
transferência foi feita a cinco placas cromatográficas em sílica gel.
Tais placas foram colocadas em cubas cromatográficas contendo fase móvel
(na altura de 0,5 cm no interior do recipiente) composta por acetato de
etila e hexano (1:1).A corrida cromatográfica deu-se em aproximadamente
20 minutos, onde posteriormente as placas foram retiradas e levadas à
estufa para processo de secagem (5 minutos). Após secagem, houve a
aplicação dos processos de revelação: Uma placa foi submetida a
Ninidrina e as quatro restantes a outros reativos líquidos (Reagente de
Dragendorff, Solução de H2SO4 em etanol, Solução de KOH em etanol e
Solução de cloreto férrico).As manchas e fatores de retenção obtidos
entre os fármacos sintéticos e os fitoterápicos foram comparados e não
sugeriram nenhum quadro de adulteração, somente forneceram dados
cromatográficos para posteriores análises. A ninidrina, por exemplo,
mostrou-se reativa com o Cloridrato de Femproporex, revelando uma mancha
de cor púrpura e Fator de retenção (Rf): 0,63; que nos permite dizer
que tal mancha com este Rfobtidos em análises cromatográficas de
fitoterápicos possa ser indicador de possíveladulteração. Outros
reativos se mostraram eficazes na detecção de componentes das amostras
sintéticas, podendo, como a Ninidrina, também servir como parâmetros de
possíveis adulterações em fitoterápicos em futuras análises: Reagente de
Dragendorff (Reativo ao Cloridrato de Femproporex: duas manchas
amarelas com respectivos Rf’s de 0,2 e 0,3) e Reagente de Cloreto
Férrico (Reativo ao cloridrato de Anfepramona: Duas manchas marrons com
Rf’s de 0,3 e 0,7 e também reativo ao Cloridrato de Sibutramina: mancha
castanho-claro em Rf:0,95).Os dois outros reagentes (KOH em etanol e
Ácido sulfúrico em etanol) não se mostraram reativos aos medicamentos
sintéticos, somente aos fitoterápicos. POSTADO POR:HÉLCIO SAMPAIO
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